Puerpério: ninguém me contou que era assim

Quando o bebê nasceu, ela ouviu: “É só o começo”. Mas ninguém a avisou que o “começo” era um turbilhão emocional, físico e mental que ia sacudir tudo o que ela conhecia sobre si mesma.

RELATOS

5/21/20252 min read

yellow sunflower field during daytime
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Os primeiros dias foram um misto de alívio e exaustão. O bebê finalmente estava nos braços dela. E tudo o que ela pensava era: não posso falhar agora.

Mas, aos poucos, o cansaço se acumulou. O choro do bebê não parava. O peito doía. O corpo, ainda inchado e sensível, parecia não ser o mesmo. E o sono… Ah, o sono… Quem disse que dormir seria possível?

Ela não estava pronta para a solidão que veio junto.

Amigos e familiares, todos queriam dar pitaco, mas ninguém sabia o que ela estava sentindo.

A pressão de ser “a mãe perfeita” e, ao mesmo tempo, as inseguranças que vieram à tona — uma sensação de não ser o suficiente, de não conseguir dar conta de tudo.

E as lágrimas? Ah, elas estavam ali, constantemente.

Nem as conversas mais sinceras conseguiam acalmar o vazio.

Em determinado momento, ela parou e pensou: isso não é como eu esperava.

No início, imaginava-se com energia, sorrindo a cada olhar do bebê, curtindo cada minuto dessa fase. Mas a realidade foi bem diferente. O puerpério foi confuso, duro, e ela não sabia a quem recorrer. Ninguém havia falado sobre isso.

Foi então que ela se deu conta:

Não há fórmula para a maternidade. Não há um manual que diga como ser forte, feliz, calma o tempo inteiro. E, principalmente, não há vergonha em se sentir sobrecarregada. O puerpério é feito de altos e baixos, de descobertas e reencontros com você mesma. E, embora nem todos os dias sejam bons, ela estava aprendendo a seguir em frente, um passo de cada vez.

Hoje, ela olha pro filho com uma gratidão imensa — mas também com a compreensão de que a maternidade, no início, foi mais difícil do que ela imaginava. E está tudo bem. Porque ser mãe é também aceitar o que é imperfeito.

Esse texto é baseado em muitas histórias reais, como a minha, como a sua. O puerpério é um tempo de reconstrução, e o que eu posso te dizer é: não se cobre tanto.

E se você tá nesse momento, saiba que você não está sozinha. Estamos juntas, mesmo que por palavras.

Como sempre:

Esse é um relato de uma mãe, não de uma médica. E a minha intenção é que você se sinta acolhida, não julgada. A experiência de ser mãe não é a mesma pra todas, e tá tudo bem pedir ajuda.