Puerpério – a primeira semana sendo mãe

“Mas ninguém me contou que seria assim…”

O puerpério é o período que vai do pós-parto imediato até, oficialmente, 6 a 8 semanas depois do nascimento. Mas, na prática, ele pode durar muito mais.
E a primeira semana... é um capítulo à parte.

Você pode:

• Amar o bebê e, ao mesmo tempo, se sentir sobrecarregada.

• Querer colo, mas também silêncio.

• Sentir que todo mundo sabe o que fazer — menos você.

• Se emocionar do nada. Chorar do nada. Sorrir do nada.

E tudo isso é normal. E tudo isso passa. Mas ninguém deveria passar por isso sozinha.

O que acontece no corpo:

• O útero começa a voltar ao tamanho original (e isso pode causar cólicas).

• Há sangramento (lóquios), que dura de dias a semanas.

• Os seios incham com a descida do leite — e podem doer.

• O períneo ou a cicatriz da cesárea doem, incomodam, pedem descanso.

• O sono vira um bem precioso — e escasso.

O que acontece na alma:

• Você sente saudade de si mesma.

• Se pergunta se está fazendo tudo certo.

• Sente medo de não dar conta.

• Vive a montanha-russa hormonal mais intensa da sua vida.

Segundo a Fiocruz, 80% das mulheres passam por sintomas do baby blues, uma tristeza transitória nos primeiros dias, causada pela queda abrupta de hormônios. Chorar sem motivo, se sentir vulnerável, duvidar de si... isso tudo faz parte.

Mas atenção: se esse sentimento persistir por semanas, procure ajuda profissional — pode ser um sinal de depressão pós-parto, que também precisa ser acolhida com seriedade e cuidado.

Dicas pra sobreviver à primeira semana:

• Durma sempre que puder. Mesmo que só 30 minutos.

• Aceite ajuda — a de verdade, que alivia.

• Coma. Beba água. Cuide de você com o que for possível.

• Tenha por perto quem acolhe, não quem julga.

• Se abrace com gentileza. Você está renascendo também.

Você não precisa dar conta. Você precisa de cuidado.

A primeira semana sendo mãe é crua, intensa, avassaladora.
Mas também é o começo de um amor que se constrói aos poucos, no cansaço, no cheiro do bebê, no primeiro olhar de reconhecimento.

É difícil. É confuso. É real.
E você não está sozinha.