Plano de parto – seu direito, sua voz, seu caminho

Muita gente acha que plano de parto é só uma listinha de preferências. Mas na verdade, é muito mais: é um documento de autonomia, um registro de desejos, um passo importante para viver um parto com respeito e informação. Você tem direito a ter um plano de parto. E ele deve ser considerado pela equipe médica — seja no hospital público ou privado.

PARTO E PÓS PARTO

5/9/20252 min read

a notepad and a pen on a wooden table
a notepad and a pen on a wooden table

O que é o plano de parto?

É um documento onde a gestante registra como gostaria que o trabalho de parto, o parto e o pós-parto acontecessem, com base nas boas práticas recomendadas por órgãos como a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde e a Febrasgo.

Ele não é um “roteiro rígido”. É uma forma de comunicar suas vontades e alinhar expectativas com a equipe médica.

O que pode estar no plano de parto?
Tudo aquilo que for importante pra você, por exemplo:

No trabalho de parto:

  • Desejo de liberdade de movimento

  • Alimentação leve liberada

  • Acompanhamento de doula

  • Uso de métodos não farmacológicos de alívio da dor (banho quente, bola, massagem)

Durante o parto:

  • Preferência por parto vaginal, se possível

  • Consentimento prévio antes de qualquer intervenção (como episiotomia ou fórceps)

  • Não utilização de ocitocina sintética sem necessidade

  • Presença do acompanhante escolhido

No pós-parto:

  • Contato pele a pele imediato

  • Amamentação na primeira hora de vida

  • Alojamento conjunto

  • Que o bebê não receba fórmula ou bicos sem consentimento

No caso de cesárea:

  • Explicação clara e prévia sobre o motivo da cirurgia

  • Cortina transparente ou rebaixada no momento do nascimento (se desejar)

  • Contato pele a pele assim que possível

Para o bebê:

  • Que os primeiros cuidados sejam feitos com os pais por perto

  • Adiamento do corte do cordão umbilical

  • Aplicação das vacinas na presença dos pais

Como fazer seu plano de parto?

  • Converse com seu obstetra e com a maternidade onde pretende parir.

  • Escreva em linguagem clara, direta e respeitosa.

  • Imprima em duas vias: uma pra entregar no hospital e outra para levar com você no dia do parto.

  • Se quiser, use modelos gratuitos disponíveis no site da Fiocruz, da Parto do Princípio ou da OMS.

Você pode mudar de ideia. E tá tudo bem.

Plano de parto não é contrato. Ele existe pra guiar sua equipe sobre o que você gostaria que acontecesse — mas a vida pode seguir outros caminhos, e isso não é fracasso.

O mais importante é que suas escolhas sejam respeitadas e suas decisões sejam tomadas com informação.

Seu parto. Seu corpo. Sua decisão.

Ter um plano de parto não é coisa de mãe “exigente”.
É coisa de mulher informada, que quer ser tratada com dignidade num dos momentos mais marcantes da vida.

Você não precisa prever tudo — mas merece ser ouvida em cada passo.