Maternidade e trabalho – como equilibrar os dois mundos (sem se anular em nenhum)?Maternidade e trabalho – como equilibrar os dois mundos (sem se anular em nenhum)?

O desafio real do retorno

Voltar ao mercado de trabalho após a maternidade não é só uma decisão logística — é também emocional. Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas, cerca de 48% das mulheres deixam o emprego até dois anos após a licença-maternidade. Isso mostra o tamanho da pressão e da falta de suporte que muitas enfrentam.

A gente precisa falar sobre isso: não é você que está despreparada. É o mundo que ainda não se ajustou à maternidade real.

“Acho que desaprendi tudo…”

Essa frase passa pela cabeça de muitas mulheres. O medo de não performar mais como antes. O receio de não ser levada a sério. A ideia equivocada de que a maternidade nos "enfraquece" profissionalmente. Mas olha só: você não desaprendeu nada. Pelo contrário.

A maternidade desenvolve habilidades poderosas:

• Tomada de decisão rápida (quem já resolveu uma crise às 3h da manhã sabe).

• Foco sob pressão.

• Inteligência emocional.

• Organização e planejamento.

• Capacidade de priorizar e de comunicar com clareza.

Se fosse um curso, a maternidade te daria um MBA na prática.

Dicas práticas para um retorno mais leve (e empoderado):

1. Converse com a liderança com franqueza. Explique suas necessidades e escute o que a empresa pode oferecer. Flexibilidade de horário, modelo híbrido, adaptação de demandas — tudo pode ser negociado.

2. Reconstrua sua rotina aos poucos. Nem tudo volta ao que era antes — e tá tudo bem. Crie uma nova rotina com o que funciona agora.

3. Fortaleça sua rede de apoio. Família, amigos, colegas, terapeutas. Fale sobre o que sente. Não carregue tudo sozinha.

4. Evite comparações. Cada mulher volta de um jeito, em um ritmo. Cuide do seu tempo. Seu processo é só seu.

5. Se cobre menos. Se valorize mais. Você está criando um ser humano e trabalhando. Isso é incrível. Reconheça isso.

Voltar é difícil. Mas possível. E, às vezes, até transformador.

Muitas mulheres relatam que, após a maternidade, enxergam o trabalho com outros olhos. Mais objetividade. Mais foco. Mais clareza sobre o que faz sentido. É como se a gente aprendesse a não desperdiçar tempo — nem com tarefas, nem com ambientes que não nos valorizam.

Por isso, mami, não aceite menos do que o que você merece. Você não precisa escolher entre ser uma boa mãe e uma boa profissional. Você pode — e tem o direito — de ser as duas coisas.

(Esse texto é um conteúdo de apoio emocional e prático. Para questões mais específicas ou jurídicas, procure orientação profissional especializada.)