Licença-paternidade: presença que transforma o começo de tudo

A licença-paternidade no Brasil ainda é curta, desigual e insuficiente — e isso tem consequências reais para a família inteira.

O MUNDO NOVO DA GESTAÇÃO

5/9/20252 min read

A cena é comum: bebê nasce, mãe se divide entre amamentar, se recuperar fisicamente, aprender a cuidar, e o pai… volta a trabalhar em 5 dias.
Cinco. Dias.
Enquanto a mãe vive o maior caos físico e emocional da vida, o parceiro é arrancado da cena por uma regra que ignora completamente o puerpério.

📜 O que diz a lei hoje?

A Constituição garante 5 dias corridos de licença-paternidade, sem desconto no salário.
Porém, empresas que participam do Programa Empresa Cidadã podem ampliar esse período para 20 dias, desde que o pai participe de atividades educativas sobre paternidade responsável.

Mas vamos combinar?
Nem 20 dias são suficientes pra viver e apoiar de verdade o início de uma nova vida.

🧡 E quando o pai tem mais tempo em casa? O impacto é enorme.

Empresas com licenças paternidade estendidas:

  • Grupo Boticário: Oferece licença parental de 4 meses para todos os funcionários, homens e mulheres, e pode ser estendida para até 6 meses para mães.

  • Diageo: Oferece licença paternidade de 180 dias.

  • Novartis: Permite 180 dias de licença paternidade desde 2020.

  • Volvo: Oferece licença parental global de 24 semanas (180 dias) para todos os gêneros.

  • Will Bank: Permite 180 dias de licença paternidade para funcionários, mesmo para filhos adotivos ou por reprodução assistida.

  • Google: Oferece licença paternidade de 12 semanas.

  • Oracle: Oferece licença paternidade de 10 semanas.

  • Microsoft: Oferece licença paternidade de 12 semanas.

E sabe o que isso permite?

  • Um puerpério dividido

  • Um bebê cuidado por dois

  • Uma mãe menos sobrecarregada

  • Um pai que se envolve de verdade, desde o início

  • Uma família com mais vínculo, mais equilíbrio e mais saúde emocional

📊 E o que dizem os estudos?

Segundo a Organização Internacional do Trabalho, a participação paterna desde os primeiros meses está associada a:

  • Maior estabilidade emocional da criança

  • Redução da depressão pós-parto nas mães

  • Amamentação mais duradoura

  • Divisão mais igualitária das tarefas a longo prazo

💬 E por que isso ainda não é padrão?

Porque a gente ainda vive em uma estrutura que:

  • Naturaliza que “mãe dá conta sozinha”

  • Vê o pai como suporte e não como protagonista

  • E enxerga o cuidado como “coisa de mulher”

Só que isso precisa mudar. E muda quando a gente cobra, discute, se informa e valoriza quem faz diferente.

Paternidade presente começa na licença.

Pai que fica em casa no começo, entende a intensidade do início, cria vínculo real com o bebê e fortalece o casal.
Não é luxo. É direito.
Não é mimo. É base de uma nova geração de homens que cuidam.