Corpo no pós-parto – quando a gente tenta se reconhecer de novo
O bebê nasce... e nasce também uma nova mulher. Mas ninguém fala o suficiente sobre o vazio que fica quando você olha no espelho e não reconhece quem está ali. Não é mais o corpo da gestante. Mas também não é o corpo “de antes”. É um corpo entre tempos, entre versões, entre identidades. E tá tudo bem se você ainda não souber lidar com ele. Esse texto é pra você, que já chorou na frente do espelho. Que tentou uma roupa e se sentiu outra pessoa. Que sente saudade do que era — mesmo amando profundamente o que veio com a maternidade.
PARTO E PÓS PARTO
5/15/20252 min read
Tudo muda — e continua mudando.
Logo após o parto, o corpo entra num novo turbilhão de transformações. O útero começa a voltar ao tamanho original, os hormônios despencam, o leite começa a descer. Você está sangrando, suando mais que o normal, com os seios doloridos e muitas vezes sem conseguir dormir mais do que duas horas seguidas.
Você acabou de realizar um milagre — e mesmo assim, o mundo parece esperar que você “volte ao normal”.
Só que... não existe mais “normal”. Existe agora.
Algumas mudanças físicas comuns no pós-parto:
Barriga ainda volumosa (o útero leva cerca de 6 semanas para voltar ao tamanho pré-gestação).
Flacidez abdominal e diástase (separação dos músculos abdominais).
Queda de cabelo (geralmente entre o 3º e 6º mês pós-parto).
Dores nas costas e no quadril.
Alterações na pele e no humor, provocadas pela oscilação hormonal.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a recuperação do corpo após o parto pode levar de 6 meses a 1 ano — e isso sem contar o aspecto emocional.
A autoestima no puerpério é um tema delicado. Mas precisa ser falado.
Porque não se trata só da estética. Se trata da identidade. De se olhar e se reconhecer de novo. De sentir que você é mais do que cansaço, leite vazando e pijama suado.
E olha: você é.
Você é corpo, sim. Mas é também emoção, reinvenção, força. Você é amor em forma de gente.
Dicas para esse reencontro com o seu corpo (e com você):
Tenha paciência. Respeite seu tempo e seus limites.
Evite comparações. Corpos são diferentes, histórias também.
Busque ajuda se o sentimento de rejeição ao corpo for persistente. Isso não é futilidade. É cuidado.
Faça pausas pra você — mesmo que curtas. Um banho mais demorado, um café em silêncio, um passeio sozinha até a esquina. Você também importa.
Se quiser voltar a treinar, usar roupas diferentes ou mudar o cabelo: vá com carinho. Faça por você. Não por pressão externa.
Seu corpo não precisa voltar a ser o de antes. Ele pode ser novo. E seu.
A beleza do pós-parto está em reconstruir — não em restaurar. Seu corpo agora carrega história. E merece ser celebrado, mesmo com cicatrizes, marcas e cansaço.
(Esse texto não substitui acompanhamento médico ou psicológico. É uma conversa real, entre mães que sabem o que é viver esse turbilhão pós-parto.)
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