A privação de sono – quando o cansaço vira parte do maternar

Ninguém fala o suficiente sobre isso.
Sobre como o sono vira um luxo. Sobre como a madrugada vira rotina. Sobre como a gente começa a dormir em parcelas, a acordar antes de acordar o bebê, a se arrastar de cansaço — mesmo estando feliz.

MONTANHA RUSSA

5/20/20252 min read

A privação de sono é um dos aspectos mais desafiadores e silenciosos da maternidade. Porque ela vem junto com o amor, com o bebê cheirosinho, com a amamentação, com o puerpério... e a sociedade ainda diz: “mas olha como vale a pena”.

E vale, claro que vale. Mas também pesa. Muito.

Quando o corpo pede descanso, mas o bebê pede colo

Acordar de hora em hora. Dormir com um olho aberto. Voltar pra cama e ser chamada de novo.
O bebê precisa. E a gente atende. Porque ama. Porque cuida. Porque é mãe.

Só que o corpo sente. A mente sente. O emocional grita.

Privação de sono não é só cansaço.
É desorientação. É choro do nada. É memória falhando. É impaciência que machuca.
É viver num modo de alerta constante — como se nunca pudesse desligar

Você não está fraca. Você está exausta.

Tem dias que a gente não reconhece o próprio rosto no espelho.
Tem dias que chorar parece mais fácil do que levantar da cama.
Tem dias que dá vontade de fugir pra um lugar silencioso e dormir por 8 horas seguidas sem interrupção.

Isso não é ingratidão. Não é falta de amor. É biologia. É exaustão. É realidade.

O que pode ajudar (um pouco):

  • Dividir as noites com quem puder — revezar, tirar um cochilo no dia.

  • Aceitar ajuda real — da sogra, da vizinha, da amiga que oferece levar o bebê pra dar uma volta.

  • Dormir quando o bebê dorme (se for possível) — sim, nem sempre é. Mas tente.

  • Evitar telas antes de dormir — inclusive a do celular na madrugada.

  • Lembrar que essa fase vai passar — porque passa, mesmo que pareça eterna.

E se for demais, peça ajuda. De verdade.

Privação de sono prolongada pode desencadear quadros de depressão pós-parto, ansiedade e até crises físicas.
Você não precisa dar conta de tudo o tempo todo. E não precisa fingir que está bem quando não está.

Pedir ajuda é também uma forma de amar seu bebê — e a si mesma.

Você está fazendo um trabalho gigantesco.
Você está sendo abrigo, alimento, colo, aconchego, proteção.
Mas você também é gente. Que sente. Que precisa dormir. Que merece descansar.

E se ninguém te disse isso hoje:
Você é incrível. E você não está sozinha.