A gravidez que eu perdi, mas nunca esqueci
Ela se pegou olhando o teste de gravidez, com os olhos marejados de esperança. Aquele resultado positivo foi o início de um sonho. Era tudo o que ela havia desejado por tanto tempo, o começo de algo que ela já sentia no coração.
RELATOS
5/21/20252 min read
Mas a alegria foi breve.
Nos dias que se seguiram, ela sentiu o corpo estranho. Não era só cansaço ou mal-estar — algo não estava certo. As manchas começaram a aparecer e o medo tomou conta dela. Ela tentou se manter calma, mas logo as dores se tornaram intensas. A notícia não demorou a chegar: a gravidez não era viável.
A dor da perda foi diferente de qualquer outra coisa que ela já havia experimentado. Não era só o fim de um sonho, era o luto de uma vida que ainda nem havia começado. O vazio dentro de si era imenso e difícil de explicar. Como alguém pode sentir tanta falta de algo que nunca teve? Como superar a dor da ausência de uma pessoa que nem chegou a nascer?
As palavras de consolo eram bem-intencionadas, mas de nada adiantavam. “Vai passar”, “Você é jovem, vai conseguir de novo”… Mas ninguém entendia a complexidade daquele luto. Ela não estava só lidando com a perda de uma gestação, mas com a perda daquilo que representava: as expectativas, os planos, a ideia de ser mãe de imediato.
Ela se deu permissão para chorar.
Se deu permissão para sentir.
E, mesmo no silêncio, ela se deu permissão para lembrar.
A perda não a define, mas a mudou de forma que ela não pode esquecer. Ela aprendeu a olhar para a vida com mais delicadeza, a respeitar o tempo do corpo e a entender que a dor também faz parte do processo de reconstrução.
Hoje, ela ainda pensa naquela gestação perdida, mas com uma paz que só o tempo poderia trazer. Ela sabe que a vida segue, que o sonho de ser mãe ainda está vivo dentro de si. E, se algum dia o positivo aparecer de novo, ela estará pronta, mas também carregará com ela a memória e o respeito pela gestação que não foi.
Esse texto é inspirado em histórias de mulheres que enfrentaram a perda gestacional. Se você se reconhece, saiba que você tem todo o direito de sentir essa dor. A perda não define sua capacidade de ser mãe, e você tem o direito de lembrar e homenagear o bebê que não veio.
Lembrete:
Esse texto é um relato de uma mãe, não de uma médica. A dor da perda gestacional é real e merece ser tratada com carinho e respeito. Cada história tem seu tempo, e cada mulher tem sua própria jornada.
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